domingo, 14 de dezembro de 2008

Carta para Nadine: Celso perde a Gravidade numa noite quase qualquer.

Carta para Nadine: Celso perde a Gravidade numa noite quase qualquer

(Não Revisado)

É, sonhei contigo, quer dizer em nós dois como um só... Nó. Em mais um sono curto de 01h30minutos que consegui em uma luta dos diabos digno de revolver as cinzas do guerreiro Aníbal. Mas por incrível que pareça acordei bem, rememorando este pequeno, mas doce como perfume de uma flor {De funeral?} deste delicado sonho. Com isso, novamente recrudesceu meus pensamentos em ti. Fico abismado por este sentimento ainda não ter passado cada vez que lembro de nós como “Nós” que traçamos e desatamos por todo esse período, ainda é forte e percebo que não consigo digerir este desenlace.
O que eu posso fazer?
Como fechar esta dócil e profunda ferida de meu abissal ser?
(Já estou até vendo seu sorrisinho sarcástico roendo entre - dentes em tom de sopro – vocabulário “Faz tratamento para diabete bem, e torça pelo aquecimento global aconteça, só vou sentir pena das vaquinhas holandesas afogadas depois disso!). É, eu também acho ridículo mas parece que a sina da minha natureza sempre se inclina neste sentido por mais que eu reme contra maré (Esta cena clássica daria um bom desenho animado).

Irônico?
Percebi depois deste sonho que feridas e cicatrizes sempre tiveram presente em nossa (ou apenas minha, sei lá!) paixão desnaturada. Poderia aqui tentar enumerar algumas fotos arquivadas na minha obsoleta etílica memória, então para não tornar enfadonho, já sendo, que não foram poucas vezes, vou citar a minha primeira vez ao deste ultimo sonho que tive até o presente momento.

Não sei se você lembra mas eu lembro, pois foi neste ângulo que te vi, escutei e deseje-a como "fêmea"rsrsrsrs.
Estava eu como noutras noites de tédio bebendo no “Charm”, você vinha talvez do “Outs” ou vindo daquele sentido. Como já nos conhecíamos, formalmente demos um “Olá” e bebericamos nosso sagrado chá, acredito que eu estava com aquele chapéu preto de Nordestino e você pegou, ou você estava com o seu “Côco-Inglês” mas lembro que num sorriso seu você com o chapéu rindo ao mesmo tempo que falava quase sem respirar pausando apenas quando dava um gole seguido de uma longa pausa (talvez esperando que o bonitão aqui prosseguisse em animar a conversa, se ao menos eu tivesse criatividade e humor para isso, talvez você não teria se despedido tão cedo). Sei que no exato momento em que você estava com os cotovelos recostados na cadeira displicentemente com as mãos quase cruzadas, (É, pois entre as mãos elas tinham o sagrado graal de cerveja no meio, mas se tratando de nós da no mesmo) quando olho para sua mão junto a ela está uma barriguinha quase saliente que servia de apoio para o copo e... clack! Lá estava ela exposta, charmosa, desdenhosa a cicatriz como uma isca de peixe(Sou de Pixies on the Peixes com farinha d'agua na cachaça 21), do qual não entendi no momento mas te olhei com outros olhos e engoli minha curiosa e comprometedora pergunta que para você talvez seja corriqueira com a seguinte “O que aconteceu aí?” nesse dia eu reprimi tal pergunta mas, noutros dias te perguntei, só que o que importava era aquele "clack" desta cena, aí é de que veio o desejo de intimidade então tentei refutar, “Há! É outra classe, é outra gente, é outro mundo, chega! Já estou cansado disso!”.
Nestes fatos, seguiram outros encontros que desarmaram em parte meu preconceito, então foi que decidi abrir minha Caixinha-de-Pandora. O resto você sabe, então vamos ao sonho tentarei ser breve.(Afinal trata-se de um sonho!)

Estamos sentados próximos, dava para perceber que era já naquela situação de pós-desenlace, um dos encontros propositalmente fortuitos “sem querermos querendo...” num ambiente agradável, aberto, luz tépida, sem circulação de muita gente, as cores do ambiente eram de matizes que casavam ao nosso contraste, uma conversa quase mourejante como se tivessemos sob efeito de sedativo. Além das palavras serem poucas não ouviamos nada do que falávamos era um diálogo de cinema-mudo onde se vê apenas o nosso movimento ao decorrer do filme, o resto se imagina.
Eu estava de cotovelos apoiado nos joelhos falando só pra você escutar, enquanto cada um olhava numa direção aleatória de forma vaga, se não me engano você segurava com as mãos um dos tornozelos da perna que estava sobre a cadeira, seu rosto tá inclinado e só percebo metade do perfil. Quando derrepente você dirige suas mãos ao meu rosto e espreme alguns cravos e outras acñecas, sinto uma dorzinha gostosa disso e parece que você gosta também, enquanto você faz isso você alterna uma das mãos para uma cocerinha em seu próprio rosto repetidas vezes, quando noto um naco de gordura despedaçada em sua unha.
Passo a mão em meu rosto mas esta inteirinho, tudinho lá. Pego seu queixo–cicatriz e o inclino seu perfil oculto contra luz, e balanço minha cabeça primeiro afirmativamente seguido com balanço negativo de desaprovação, seu rosto, na lateral de um maxilar esta inflamado com o tom amarelo leve seguido de bege e um tom um pouco cinza, você arrancou sem perceber um naco de sua carne do rosto, com isso você faz aquela cara de paisagem em sinal de tédio pelo fato.
Então abro minha mão espalmada e aliso esta parte da ferida como se tivéssemos provando a textura de um bom tecido, bem devagar e você solta um risadinha incomodada com as cócegas que faz e afasta as minhas mãos com um pancada, seu sorriso esvai vagarosamente desmanchando enquanto nosso olhar se contemplava um com o outro durante alguns segundos (Em sonho, milésimos parece infinitos segundos tanto quanto pesadelos), você desvia o campo de visão para baixo depois volta aos meus olhos e com um suspiro desenterrado da planta dos pés você muda de posição na cadeira com ar de chateação, percebo isso e me passa na cabeça pegar um lápis e caderno para quebrar com picador de gelo o ar da situação, não sei por que mas parece que sempre carrego um caderno onde vá (deve fazer parte da terapia para convencer-me a voltar a estudar!rsrsrsrs)

E lhe peço que escreva tal coisa determinada.
Você faz aquela cara de “Pô! Você é teimoso meu! Tá! Tá! Vou escrever para acabar logo com esta chateação, Humff... Bleuf!”

Você vira de costas e começa a escrever enquanto fico muito empolgado e feliz com isso, mais o que comecei a estranhar foi o que te pedí tinha apenas três palavras com tais inicias T.Q.S! mas você escrevia, escrevia e não acabava mais. Para meu desgosto o que acabou foi o sonho sem saber o que tanto você escrevera.

Isso é o que eu chamo de deixar no vácuo!
Pô! Até os meus sonhos me deixam... Oh! Vida!
Oh! céus!
Oh! Boteco!
Oh! Asfalto duro, sujo,poeirento e salgado.
Oh! Cachorro de rua de língua áspera e viscosa... Xô! Xô diabos!...
Ooh! Céus!
Oh! Viiida!
Então....Pois é!
Mr: Z

04/11/2008

Um comentário:

[tabita] disse...

oh céus, oh vida.
oh privada entupida.
ahaha!

tá meio deprimido, amigo... pq não vem pra sp tomar uma xicradecafé?

e o FSM, hein! se der pego umas caronas aqui e apareço. mas pra bater no governo, sem dó. nada de passar pano.

beijoabraçoetchau.
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