sábado, 8 de maio de 2010

Café da Manhã com Gilsete

Café da Manhã com Gilsete
(minha pequena e débil Homenagem aos cafés e Augusto dos Anjos)

Ao Som de Strokes: Razorblade
( http://www.myspace.com/thestrokes )



Gilsete não era Gabriele
Claro, Que Gabriele não era Gilsete

Mas Gilsete, doce Gilsete, porque esta brincadeira, suja bricadeira
de afiar com a lingua minha aspera gilete, doce Gilsete, esta gravata que não é borboleta
mas voa entre teus seios enxaguando rijas pérolas rolando em gotas corretes entre Rio desenbocando nos finos dedos viscosos de suas mãos aos alados e tontamente aberto braços abraçados teus, expressivos e estáticos, voando ao extremo das profundesas da terra,
a forma de asas empapadas em meus lençois arco-iris de bregas cores
teu suor... loucura! Que nada de loucura, era apenas para ser um café...simples e encorpado café.

Que merda era esse teu papo, desse negócio de filosofia...foi isso que levou a esta tua mania de mania com as giletes..

E este colar viscoso de tua pele insinuante e aberto como folhas de um sereno livro ou como no tecido da cama que sonho por vezes e hora parece o mesmo devaneio que horas cegantes e ébrias de leituras, de tempos em tempos, de sonhos em sonhos e tempestades e pesadelos dementes...
Um café limpo e não ensaguentado era o que poderia ser se fosse voc~e Gabriele e não Gilsete, oras...
polyester de meu travessedeiro esse teu sorriso débil entre o branco de teus dentes, borrados ao vinho e peles gilsete,
a cama-da de sangue como capa ou o tapete-vermelho da vossa morte.

que embaça a vista com tal odor putrefato de tuas entranhas, cara Gilsete, que pena, que não conheci antes a Gabriele...talvez esse café poderia ter sido diferente, mas o que passou...

É Gilsete, pena, não era a Gabriele, talvez ela não tivesse
Esses gosto imbecil de brincar com giletes...
Doce Gilsete...mais uma gilsete...quem dera que fosse uma Gabriele, o gelo na mais findas camadas de inverno do inferno terrestre.... quem sabe lá uma boa cama de tri-dentes e chamas de enxofre no calderão como eterna massagem gratis entre labaredas do pecado em forma desenhada de frutas silvestre.
Maldita Gilsete...mais um lençol em vão...se perde, hora antes nosso mouro tapete voador, lençol, e nem ao menos seu nome me disses-te.
Mortalha da peste!
Há Gilsete quem dera você fosse sim a Gabriele...
Já rebenta a manhã, me vai me dar um último trabalho Gilsete, reunir-te em todas as tuas queridas partes.
Quem dera fosse Gabriele minha...Doce Gilsete...

Ogro Lunar - 08/05/2010
**************
Budismo moderno
Augusto dos Anjos

Tome, Dr., esta tesoura, e...corte

Minha singularíssima pessoa.

Que importa a mim que a bicharia roa

Todo o meu coração, depois da morte?!

Ah! Um urubu pousou na minha sorte!

Também, das diatomáceas da lagoa

A criptógama cápsula se esbroa

Ao contato de bronca destra forte!

Dissolva-se, portanto, minha vida

Igualmente a uma célula caída

Na aberração de um óvulo infecundo;

Mas o agregado abstrato das saudades

Fique batendo nas perpétuas grades

Do último verso que eu fizer no mundo!

Nenhum comentário: