sexta-feira, 16 de julho de 2010

DESCETRO: Cagada da rádio livre de Tefé E Flor de Catú



DESCETRO: Cagada da rádio livre de Tefé pelos "Midia-Livres Diabolinux" sob regência do Mestre dos Magros Pálidos
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Velhos Problemas de comunicação com Tefé - Amazonas

Maio de 2010
Amigos do coletivo Descentro,

Envio esta mensagem pela lista do Submidialogia porque não sei qual é a do
Descentro, peço que repassem à lista correta.

Os/as voluntários/as de comunicação e rádio livre de Tefé inscreveram um
projeto e foram contemplados através do Edital RadioTrans do Descentro
(embora professores universitários ajudem na rádio Xibé, é importante
destacar que este projeto não contou com a ajuda de nenhum deles, sendo de
inteiro mérito desta juventude corajosa que surpreende por seus passos novos
a cada dia!!!).

É impossível descrever a euforia desses/as jovens do Médio Solimões, no
centro da floresta amazônica, onde não há estradas e a internet jamais
ultrapassa os 100kbps, onde não há livrarias e mal se inicia a prática da
escrita enquanto algo do dia a dia das pessoas, ao receberem a notícia de
que foram contemplados no edital! (Tefé possui cerca de 70 mil habitantes, e
fica a 600km de Manaus, entre esta capital e a tríplice fronteira do Brasil
com Peru e Colômbia).

Estes/as jovens têm, nos últimos 4 anos, realizado oficinas de rádio livre e
outras mídias sistematicamente em diversos municípios da região, atingindo
escolas públicas, bairros segregados, comunidades ribeirinhas, aldeias
indígenas e muito mais... com todo este trabalho, existe hoje uma enorme
demanda represada por apoio legal e tecnológico para o início de novas
rádios livres além da já existente: a rádio Xibé.

Assim, a euforia imensa que vinha soprando pela floresta tinha dois motivos:
a possibilidade técnica de duplicar as ações de libertação da comunicação no
Médio Solimões, e as possibilidades de intercâmbio com outras experiências
distantes sinalizadas pelo Descentro e Submidialogia. É importante que se
tenha consciência que um jovem em Tefé, normalmente, jamais conhece outro
estado. Poucas vezes na vida vai a Manaus. Então a possibilidade de sair e
fazer intercâmbios é comparável ao que, em outros estados, costuma ser a
idéia de fazer viagens internacionais ou conhecer outros continentes!

No entanto, a comunicação com o Descentro está sendo trágica e minando
qualquer possibilidade de esses sonhos se tornarem realidade.

Desde que o projeto de Tefé foi contemplado, os/as jovens de Tefé estão
sofrendo as angústias de não conseguir informações e orientações sobre
quando este transmissor será enviado. Tentei ajudar a melhorar esta
comunicação, colocando um voluntário do Descentro na lista de e-mails da
rádio Xibé. Dei também a idéia de que esses comunicadores já experientes de
Tefé fossem convidados ao Sublidialogia Maranhão, até porque as passagens a
partir de Manaus estavam muito baratas (400 ida e volta). Os jovens de Tefé
foram convidados a participar do Submidialogia, e pegar lá o transmissor a
ser emprestado. Me parece que este convite ocorreria independentemente de eu
dizer alguma coisa, fiquei com a impressão de que já estava nos planos do
pessoal do Edital.

Porém, nem com a entrada do voluntário do Descentro na lista da Xibé a
comunicação melhorou. Além de a falta de informações e orientações
persistir, desentendimentos por e-mail começaram quando um jovem de Tefé,
expressando sua euforia e imensa felicidade pela possibilidade de ir ao
Maranhão com formas de escrita irreverentes por e-mail, foi mal interpretado
pelo voluntário do Descentro como se estivesse sendo ofensivo. Depois disto,
os voluntários de Tefé receberam uma mensagem em que sua participação no
Submidialogia do Maranhão ficava condicionada à seriedade e alto nível de
sua atuação, que deveria atingir o nível supostamente possuido pelo
Descentro. Depois disso a desinformação continuou.

Os/as voluntários/as em Tefé, chegando a acreditar que não teriam nenhuma
ajuda de custo para ir ao Maranhão, e que apenas com esta ida poderiam ter
acesso ao transmissor, começaram a fazer uma ampla mobilização para
conseguir os recursos para as passagens de barco e avião. Esforço que em
nada se compara ao de jovens de classe média urbana quanto tentam fazer o
mesmo. Mesmo vendo tudo isso, o voluntário do Descentro nenhuma orientação
clara forceneu. Ao contrário, conseguiu fazer uma leitura obtusa de algum
dos e-mails, chegando a acreditar que Tefé queria se apropriar
definitivamente do transmissor (sem devolver em 2 anos), e iniciou uma
discussão técnica sobre os termos e as leituras do edital. Enquanto um
voluntário de Tefé desesperava-se sem saber se pegava um barco a Manaus ou
não rumo ao Maranhão, era convidado a ler novamente o Edital.

É claro que os nervos em Tefé andaram altos. Em meio a mal entendidos
típicos que ocorrem por e-mail, o voluntário do descentro chegou a dizer a
um voluntário de Tefé (este questionava a falta de conhecimento sobre a
realidade de Tefé por parte do Descentro): "estagnação mental não tem
fronteiras". Pasmem! Se eu não conhecesse pessoalmente o voluntário, e não
tivesse clareza sobre o seu compromisso libertário, acreditaria que se trata
de um elitista que espera de toda a população o mesmo domínio da expressão
escrita e tecnológica que ele tem, sem imaginar que podem estar surgindo
novas formas de expressão e apropriação.

A única coisa de concreta apresentada pelo voluntário do Descentro, foi a
promessa de uma compra de passagem para o Maranhão. Poucos dias depois, esta
promessa foi cancelada. Nós que trabalhamos com extensão e ativismo nos rios
da Amazônia, sabemos que o maior erro que se pode cometer com comunidades
locais é criar expectativas e depois frustrá-las. É tocar numa velha ferida,
pois a mentira tem atingido as populações indígenas, ribeirinhas, e agora
também as urbanas ao longo dos séculos. Temos sofrido esta realidade
atualmente sobretudo com nossos políticos (com os dos outros também). É uma
pena que ideais tão lindos com os do Descentro estejam sendo associados a
este mesmo tipo de frustração.

Outra coisa que preocupa, é que em meio às "negociações" com o voluntário do
Descentro, transparece a ameaça de que a participação em eventos e mesmo o
empréstimo do transmissor não ocorrerão se não houver uma boa comunicação.
Considerando que este voluntário pouco tem feito por esta comunicação, fica
a impressão de que a condição necessária é a engulição unilateral de sapos
por parte de Tefé. Sejam submissos e terão o que estão querendo. Tenho a
certeza de que o voluntário do Descentro não faz isso conscientemente. Sei
do seu forte compromisso e consciência de libertário. Estou convencido que
isto ocorre porque ele não tem experiência em campo prolongada o suficiente
para compreender na prática as relações de poder que podem surgir quando se
sai dos grandes centros acadêmicos e governamentais e se lida com populações
marginalizadas.

Por tudo isso, e na esperança de que as relações entre o Médio Solimões e o
Descentro e o Submidialogia (e todos os outros coletivos que Tefé poderá
contactar com a ajuda deles) não fique definitivamente comprometida, venho
por esta solicitar que seja repensada a forma de interface com Tefé. A forma
atual não está dando certo, mas estou seguro que alguma solução será
encontrada e as feridas já abertas minimizadas.

forte abraço a todos


Conforme EditalRadioTrans:

Resultado da Chamada Pública Rádiotrans

sexto e sétimo parágrafo diz:

É necessário sublinhar que o Critério de Regionalidade foi suprimido à luz
das excelentes propostas vindas das mesmas regiões e até da mesma cidade!
Em destaque, a região norte, com o maior número de propostas, que
demonstra mais uma vez a potencialidade do meio rádio na comunicação
Amazônica, onde há bastante espaço livre no espectro radioelétrico público
e inúmeras comunidades de cultura fortemente baseada em oralidades, ao
mesmo tempo em que há mais carência de projetos de comunicação e
conectividade (banda larga, telefonia, etc).

Sendo assim, outros coletivos contemplados nesta primeira edição da
chamada pública foram a Puraque RadioPuraque disseminadora de cultura
livre e Metareciclagem no baixo amazonas e a Radio Livre Tefé ligada a
coletivos de mídia independente.


NO FINAL DESTE EDITAL:

Confira os projetos inscritos:
AssociacaoCabista - ok
EduComunidade - ok
RadioComunidadeColares - ok
RadioCubo - ok
IndependenciaOuMorte -ok
PortoVelhoCaos ok
RadioBaoba - intinerante - levar os transmissores
RadioLivreTefe - ok
RadioQueroQuero - ok
RadioPuraque - ok
RadioMapuche - ok


Premiados
Circuito Fora do Eixo: (um transmissor nômade)
RadioCubo
IndependenciaOuMorte
PortoVelhoCaos

RadioMapuche
RadioQueroQuero
RadioLivreTefe
RadioPuraque
Emissor
RadioBaoba

Suplentes:
RadioMhhob
AssociacaoCabista
EduComunidade
RadioComunidadeColares


POR FIM OLINK DO PROJETO APROVADO:

http://wiki.descentro.org/RadioLivreTefe
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Cagada dos "Midias-Livres Diabolinux na Flor de Catú
DENÚNCIA
Grupo Paraupaba 29/08/2009 16:15

DESMOBILIZADORES "de fora" NA COMUNIDADE DOS
ELEOTÉRIO-CATU-CANGUARETAMA/RN DISFARÇADOS DE ?ZAPATISMO? tentam
boicotar reunião que discutiria os eixos temáticos que comporão a 1ª
assembléia indígena no RN em outubro próximo.
DATA: 28 DE AGOSTO DE 2009.
Com vistas a discussões prévias que vão compor os conteúdos que farão
parte dos eixos temáticos da 1ª Assembléia Indígena no Rio Grande do
Norte - organizado pelo GP- Grupo Paraupaba e pela FUNAI ? João Pessoa,
Movimento indígena ? PB, o GP por meio de dois de seus representantes
compareceu na comunidade Eleotério do Catu (assim como foi discutidos
em outras comunidades) para dar início às discussões.
Havia então, um grupo pequeno de pessoas da comunidade (em número de
oito) além de mais duas pessoas que não pertenciam à comunidade e que
estavam lá dispostas a acompanhar a reunião. Inicialmente, percebemos
que se declaravam como uma ?ONG? chamada ?flor da palavra?, que,
conforme visitamos página na internet, vimos que se trata de ?uma rede
de inspiração zapatista que pretende facilitar a criação de laços de
comunicação e de solidariedade entre povos, movimentos, grupos e
indivíduos...?, conforme assim se confere em seu texto deapresentação.
No entanto, o que pude observar ? pela curta experiência de mais de 40
dias no México no ano de 2001, acompanhando as discussões do EZLN em
várias localidades por onde a marcha zapatista se deslocou e que tive a
satisfação de acompanhar os comandantes e comandantas, assim como
ouvi-los em seus discursos ? é que esses dois indivíduos não têm nada
relacionado às idéias zapatistas. Os discursos, muito pelo contrário,
são anti-indígenas e anti-zapatistas, considerando que ao se impor um
pensamento sem respeito às próprias vozes dos atores interessados já
inicialmente não se respeita um princípio básico zapatista: ?um mundo
onde caibam muitos mundos". Depois, os zapatistas não separam a questão
da defesa territorial da identidade, muito pelo contrário, em seus
discursos (que inclusive tenho gravado na íntegra) os zapatistas
enfatizam o tempo inteiro a sua identidade Maia e suas origens
indígenas como fortes razões de luta pela dignidade, território, entre
outras questões.
Esses dois indivíduos que estão mais para ?bobos da corte?, na verdade,
não passam de desmobilizadores infiltrados na comunidade, se
aproveitando da boa vontade dessas pessoas e quem sabe? a serviço de
usineiros locais para desmobilizar, jogar uns contra os outros, como
fizeram na ocasião da reunião...
O fato é que a discussão não foi muito longe porque nós, prudentemente
tentamos não desviar o foco e não voltar as atenções para esses
indivíduos, que persistiram com agressões, zombarias e insinuações. Por
fim, tentamos discutir e encaminhar pelo menos uma nova reunião com um
número maior de participantes da comunidade e nessa ocasião se eleger
os representantes da comunidade para fazer parte da Assembléia
Indígena. Evento de grande importância para a discussão da questão
indígena local tão escamoteada e ignorada nesse Estado e que agora se
tem a oportunidade de se respeitar e de se ouvir as alteridades e suas
demandas.
Pois bem , segundo a comunidade afirma eles vieram para lá e se
instalaram na residência de uma das pessoas do lugar e já estão se
achando com autoridade de estarem opinando e desarticulando as
reuniões, inclusive com agressões como chacotas, piadinhas e desvio de
focos das discussões ,assim como escárnio contra as próprias pessoas da
comunidade, tratando-os com desdém e preconceitos, sobretudo para com a
presidente da associação, Valda e o presidente a associação de
Goianinha, welligton e os demais presentes que queriam falar e discutir
, mas que foram bombardeados com intervenções imprudentes e
infrutíferas.
Os discursos desses dois indivíduos (um homem e uma mulher) foram
infundados, desrespeitosos, preconceituosos e intolerantes nos quais
eram alegados o tempo inteiro que não era preciso de ?identidade
nenhuma para se lutar por território? ou: ?que já estava de saco cheio
com esse papo furado de identidade? e ainda que " a questão territorial
poderia ser levada adiante desvinculada da identidade?...? ; ?Essa
questão da identidade é só para protelar junto ao Estado?....
Não sabemos exatamente o que propõem as discussões dessa ONG F. da
palavra, mas o que temos como certeza é que essas pessoas agem muito
mais por conta própria e estão aí para desarticular, desmobilizar,
criar discórdias, zombar, etc. Atitudes como essas, com certeza não
fazem parte do pensamento zapatista e nem fazem parte da prática de
pessoas inteligentes e de caráter.
Propomos aqui uma discussão sobre o assunto e fica o alerta para
movimentos de infiltrados em comunidades em processos de construção de
suas identidades e de luta por seus direitos.
Agradecemos a atenção,

Grupo Paraupaba-MCC-UFRN
http://prod.midiaindependente.org/pt/blue//2009/08/453002.shtml

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